Falar de cultura é mais difícil do que parece. Não porque precise
que você seja culto. Inteligente “demaisdaconta”. É que cultura pode ser um
tanto de coisa. O Google, por exemplo, me deu em 0,25 segundos, 682.000.000
resultados. Aí, para confirmar, o ‘Wikipédia’ pontuou essa diversidade de
conceitos que eu já sabia. Querendo rir um pouco, desci o nível para a
‘Desciclopédia’ (do qual confesso ser fã), mas fiquei chateado com a definição
deles de que a cultura no Brasil ainda
não começou. Chega de enrolar. Já sapeei alguns sites, mas resolvi escrever
sobre aquilo que vem na minha própria telha.
Cultura podem ser os costumes de
um país, estado, cidade, bairro e até mesmo dentro da sua casa, já que cada
grupo tem seus hábitos. Por exemplo: tente substituir a palavra cultura
por hábito. Aí você enxerga a ‘cultura daquele povo’. – No Brasil temos a
cultura de anular o voto. / Temos o hábito de anular… (quer
dizer, TEMOS não! Retiro a primeira pessoa dessa frase) e, justiça seja feita,
temos a cultura da alegria mesmo que o salário não chegue ao 20º dia útil.
Entre tantas outras, o samba no pé e orgulho do Chico, Milton, Elis, Cazuza e
Raul (já que me exclui do exemplo citado anteriormente, permiti colocar meus
preferidos, mas você pode reler a frase acima pontuando os seus, desde que não
seja: NXZERO, Restart, Luan Santana, Claudia Leitte ou Wanessa Camargo).
A
cultura norte-americana é ser bem inútil (fútil) na escola, chatear os feios,
achar que sabe dirigir (quero ver é aprender num celtinha, manual, sem direção
e lá no Santa Inês), comer torta de maçã, “dar” no baile de formatura, e tudo
isso sóbrio! Lá se tem a cultura de não beber antes do 21 anos. Por falar em
torta de maçã, a gastronomia revela muito da cultura de um país: comemos vacas
e alimentamos os cachorros, enquanto em alguns países do outro lado do globo é
meio diferente a conversa.
E tem a cultura que puxa para o lado intelectual. Teatro,
literatura, cinema… (desde que não tenha apelo comercial, pois a própria classe
discrimina se o projeto lota uma sala de espetáculo ou vende horrores de
exemplares só porque é autoajuda ou misticismo). Segundo conversas de coxia, é
reconhecido por ‘cultura’ se tiver apenas dezoito pessoas na plateia (contado a
família do elenco). Discordo, pois toda e qualquer manifestação cultural deve
ser vista com respeito. Afinal, artista paga conta. Nada de errado em produzir
um troço, que irá desopilar o meu, o seu ou o nosso fígado. Entretenimento é
cultura sim senhor, e não somente se você não conseguiu entender bulhufas do
que Dostoievski escreveu, mas fez cara de intelectual, ou se recusou a ler o
Diário de um Mago (mas eu não li).
Agora,
classificar como ‘inútil’ é a maior das injustiças que conheço. Essa é a melhor
de todas as culturas, uai! Fala que não é o máximo ser o mais inteligente entre
seus colegas de boteco, se você sabe que os elefantes são os únicos animais que
não conseguem pular? Ensinar que “oxente” é a derivação nordestina de ‘Oh
Shit’, que Neil Armstrong calçava 41 e que a bíblia possui 3.566.480 letras
(decore e arrase no bar). Sem contar que dá pra rir um bocado ao afirmar que é
impossível encostar a língua no cotovelo (reserve essa para a hora da
saideira).
Dança, luta, história política, literatura ou educação no trânsito
engrossam essa lista. Bom, como disse definir cultura é foda. Ela pode ser um
tanto de coisa. Até mesmo um monte de bactérias.
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos autores. Não aceitamos textos ofensivos, com caráter comercial, termos chulos ou que façam propaganda de candidatos. Quer sugerir alguma reportagem utilize o formulário #você escreve!