terça-feira, 16 de abril de 2013
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A Cultura pode nos salvar?

terça-feira, abril 16, 2013

Falar de cultura é mais difícil do que parece. Não porque precise que você seja culto. Inteligente “demaisdaconta”. É que cultura pode ser um tanto de coisa. O Google, por exemplo, me deu em 0,25 segundos, 682.000.000 resultados.  Aí, para confirmar, o ‘Wikipédia’ pontuou essa diversidade de conceitos que eu já sabia. Querendo rir um pouco, desci o nível para a ‘Desciclopédia’ (do qual confesso ser fã), mas fiquei chateado com a definição deles de que a cultura no Brasil ainda não começou. Chega de enrolar. Já sapeei alguns sites, mas resolvi escrever sobre aquilo que vem na minha própria telha.

Cultura podem ser os costumes de um país, estado, cidade, bairro e até mesmo dentro da sua casa, já que cada grupo tem seus hábitos.  Por exemplo: tente substituir a palavra cultura por hábito. Aí você enxerga a ‘cultura daquele povo’. – No Brasil temos a cultura de anular o voto. / Temos o hábito de anular…  (quer dizer, TEMOS não! Retiro a primeira pessoa dessa frase) e, justiça seja feita, temos a cultura da alegria mesmo que o salário não chegue ao 20º dia útil. Entre tantas outras, o samba no pé e orgulho do Chico, Milton, Elis, Cazuza e Raul (já que me exclui do exemplo citado anteriormente, permiti colocar meus preferidos, mas você pode reler a frase acima pontuando os seus, desde que não seja: NXZERO, Restart, Luan Santana, Claudia Leitte ou Wanessa Camargo).
A cultura norte-americana é ser bem inútil (fútil) na escola, chatear os feios, achar que sabe dirigir (quero ver é aprender num celtinha, manual, sem direção e lá no Santa Inês), comer torta de maçã, “dar” no baile de formatura, e tudo isso sóbrio! Lá se tem a cultura de não beber antes do 21 anos. Por falar em torta de maçã, a gastronomia revela muito da cultura de um país: comemos vacas e alimentamos os cachorros, enquanto em alguns países do outro lado do globo é meio diferente a conversa.
E tem a cultura que puxa para o lado intelectual. Teatro, literatura, cinema… (desde que não tenha apelo comercial, pois a própria classe discrimina se o projeto lota uma sala de espetáculo ou vende horrores de exemplares só porque é autoajuda ou misticismo). Segundo conversas de coxia, é reconhecido por ‘cultura’ se tiver apenas dezoito pessoas na plateia (contado a família do elenco). Discordo, pois toda e qualquer manifestação cultural deve ser vista com respeito. Afinal, artista paga conta. Nada de errado em produzir um troço, que irá desopilar o meu, o seu ou o nosso fígado. Entretenimento é cultura sim senhor, e não somente se você não conseguiu entender bulhufas do que Dostoievski escreveu, mas fez cara de intelectual, ou se recusou a ler o Diário de um Mago (mas eu não li).
Agora, classificar como ‘inútil’ é a maior das injustiças que conheço. Essa é a melhor de todas as culturas, uai! Fala que não é o máximo ser o mais inteligente entre seus colegas de boteco, se você sabe que os elefantes são os únicos animais que não conseguem pular?  Ensinar que “oxente” é a derivação nordestina de ‘Oh Shit’, que Neil Armstrong calçava 41 e que a bíblia possui 3.566.480 letras (decore e arrase no bar). Sem contar que dá pra rir um bocado ao afirmar que é impossível encostar a língua no cotovelo (reserve essa para a hora da saideira).
Dança, luta, história política, literatura ou educação no trânsito engrossam essa lista. Bom, como disse definir cultura é foda. Ela pode ser um tanto de coisa. Até mesmo um monte de bactérias.


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